O que é a CIA???
Central Intelligence Agency agência nacional de inteligência de Estados Unidos
A Central Intelligence Agency (CIA) ou Agência Central de Inteligência, é uma agência de inteligência civil do governo dos Estados Unidos responsável por investigar e fornecer informações de segurança nacional para os senadores daquele país. A CIA também se engaja em atividades secretas, a pedido do presidente dos Estados Unidos.
É a sucessora da Agência de Serviços Estratégicos (OSS, sigla em inglês), formada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para coordenar as atividades de espionagem entre os ramos das Forças Armadas dos Estados Unidos.
A principal função da CIA é coletar informações sobre os governos estrangeiros, corporações e indivíduos, e para aconselhar políticas públicas. A agência realiza operações clandestinas e ações paramilitares, e exerce influência na política externa através da sua Divisão de Atividades Especiais.
A CIA e as suas responsabilidades alteraram-se significativamente em 2004. Antes de Dezembro de 2004, a CIA foi a principal organização de inteligência do governo americano, que coordenou e supervisionou não só as suas próprias atividades, mas também as atividades da Comunidade de Inteligência E.U. (IC) como um todo. A lei preventiva da Reforma da Inteligência e Terrorismo de 2004 criou o cargo de Diretor de Inteligência Nacional (DNI), que assumiu alguns do governo e IC-gama de funções. O DNI gerencia o IC e, portanto, do ciclo de inteligência. As funções que se mudou para o DNI incluiu a preparação de estimativas de parecer consolidado do IC 16 agências, e a preparação de briefings para o presidente dos Estados Unidos.
História
Lema
The Work of a Nation. The Center of Intelligence (O Trabalho de uma Nação. O centro de Inteligência).
Atribuições
Controvérsias e erros de Inteligência
A CIA é frequentemente acusada de envolvimento com o tráfico internacional de drogas na Ásia (especialmente no Afeganistão e no Vietnã) e América Latina (como ilustrado pelo seu longo e controverso envolvimento com Manuel Noriega no Panamá). A agência, comprovadamente, ofereceu apoio e proteção à produção e transporte de ópio, heroína e cocaína junto a grupos considerados anticomunistas (fato amplamente documentado em livros como The Politics of Heroin in Southeast Asia de Alfred W. McCoy).
Em 24 de Agosto de 2009, documentos descrevendo parte das instruções do Programa de Tortura da CIA sendo praticado a partir de 2001, foram liberados através de uma ação na Justiça iniciada pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU). Os documentos mostram, segundo especialistas, vários casos de violação de Leis e Tratados Internacionais bem como de Leis americanas. Uma investigação criminal acerca das atividades de tortura pela CIA foi também iniciada em 24 de Agosto de 2009, pelo Procurador-Geral dos Estados Unidos, Eric Holder.
Em 1993, o Escritório Central da CIA foi atacado por Mir Aimal Kansi, e dois funcionários da CIA foram mortos - Frank Darling e Lansing Bennett.
Os documentos chamados de "Jóias da Família" (The "Family Jewels" em Inglês) e outros documentos revelam várias atividades ilegais da CIA incluindo o envolvimento em atividades policiais domésticas, das quais a CIA é proibida por Lei em participar.
A CIA esteve envolvida em várias atividades ilegais de pesquisa em seres humanos com resultados devastadores para suas vítimas (Projecto MKULTRA).
Recentemente a CIA tem estado envolvida em uma série de controvérsias ligadas a tortura e assassinatos tanto em Guantánamo, Cuba, como nos chamados "buracos negros".
Envolvimento em Golpes de Estado
1961–1964: Brasil
Quando o presidente do Brasil Jânio Quadros renunciou em agosto de 1961, foi legalmente sucedido por João Goulart, o vice-presidente eleito democraticamente do país. Goulart era um defensor dos direitos democráticos, da legalização do Partido Comunista e das reformas econômicas e agrárias, mas o governo dos Estados Unidos insistiu que ele impusesse um programa de austeridade econômica. O governo dos Estados Unidos implementou um plano com o codinome Operação Brother Sam para a desestabilização do Brasil, cortando a ajuda ao governo brasileiro, fornecendo ajuda aos governadores do Brasil que se opuseram ao novo presidente e encorajando altos oficiais militares brasileiros a tomarem o poder e apoiar o chefe do Estado-Maior do Exército, general Humberto Castelo Branco, como líder golpista. O general Castelo Branco liderou a deposição do governo constitucional do presidente João Goulart em abril de 1964 e foi instalado como primeiro presidente do regime militar, declarando imediatamente o estado de sítio e prendendo mais de 50.000 adversários políticos no primeiro mês da tomada do poder, enquanto o governo dos Estados Unidos expressou aprovação e reinstituiu a ajuda e o investimento no país.
A escultura Kryptos no terreno da sede da Agência Central de Inteligência. |
A agência foi criada em 1947 pelo presidente Harry S. Truman mediante um pacto governamental de Segurança Nacional para satisfazer uma necessidade estratégica devido ao início da Guerra Fria e ao avanço do comunismo.
A espionagem estrangeira, o roubo de projetos da área tecnológica, de armamentos e a fuga de informações ocasionaram a necessidade de vigiar e relatar todos os assuntos referentes à segurança nacional ao Presidente, procurando a melhor forma possível de interferir e neutralizar os efeitos negativos oriundos de ameaças externas.
Para coordenar as atividades da Agência, existe uma Diretoria Central de Inteligência,cuja função é interligar a comunidade de informação ao Presidente dos Estados Unidos, fazendo aconselhamento das melhores estratégias possíveis e suas consequências, de forma a intervir, quando necessário, em organizações ou Estados que possam causar prejuízo aos Estados Unidos.
Lema
The Work of a Nation. The Center of Intelligence (O Trabalho de uma Nação. O centro de Inteligência).
Atribuições
São atribuições da CIA executar o monitoramento da inteligência estrangeira (serviços de informações estrangeiros) de forma precisa, inclusiva e oportuna, provendo tópicos de segurança nacional.
Executar atividades de contrainformação, administrando atividades especiais e outras funções relacionadas à inteligência estrangeira e segurança nacional, quando ordenado pelo Presidente.
Para realizar sua missão, a CIA se ocupa de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para propósitos de inteligência. Como agência independente, a CIA serve como fonte de análise de dados, trabalhando com outras organizações na Comunidade de Inteligência e Segurança Nacional para assegurar que os dados recolhidos cheguem com a maior precisão possível à Casa Branca e ao campo de batalha, quando necessário.
Devido às novas realidades globais de segurança nacional, a CIA está atuando com a criação de grupos multidisciplinares priorizando o contra-terrorismo, cuidando da contrainformação, coibindo e combatendo o crime organizado e o tráfico de drogas internacionais, analisando e monitorando as agressões ao meio ambiente, criando condições para uma segurança estável ao povo dos Estados Unidos, levando à Comunidade de Inteligência a análise de todos os tópicos que afetam a segurança nacional.
Controvérsias e erros de Inteligência
A CIA é frequentemente acusada de envolvimento com o tráfico internacional de drogas na Ásia (especialmente no Afeganistão e no Vietnã) e América Latina (como ilustrado pelo seu longo e controverso envolvimento com Manuel Noriega no Panamá). A agência, comprovadamente, ofereceu apoio e proteção à produção e transporte de ópio, heroína e cocaína junto a grupos considerados anticomunistas (fato amplamente documentado em livros como The Politics of Heroin in Southeast Asia de Alfred W. McCoy).
Em 24 de Agosto de 2009, documentos descrevendo parte das instruções do Programa de Tortura da CIA sendo praticado a partir de 2001, foram liberados através de uma ação na Justiça iniciada pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU). Os documentos mostram, segundo especialistas, vários casos de violação de Leis e Tratados Internacionais bem como de Leis americanas. Uma investigação criminal acerca das atividades de tortura pela CIA foi também iniciada em 24 de Agosto de 2009, pelo Procurador-Geral dos Estados Unidos, Eric Holder.
Em 1993, o Escritório Central da CIA foi atacado por Mir Aimal Kansi, e dois funcionários da CIA foram mortos - Frank Darling e Lansing Bennett.
Os documentos chamados de "Jóias da Família" (The "Family Jewels" em Inglês) e outros documentos revelam várias atividades ilegais da CIA incluindo o envolvimento em atividades policiais domésticas, das quais a CIA é proibida por Lei em participar.
A CIA esteve envolvida em várias atividades ilegais de pesquisa em seres humanos com resultados devastadores para suas vítimas (Projecto MKULTRA).
Recentemente a CIA tem estado envolvida em uma série de controvérsias ligadas a tortura e assassinatos tanto em Guantánamo, Cuba, como nos chamados "buracos negros".
Envolvimento em Golpes de Estado
- Articulação da deposição de líderes eleitos em vários países da América Latina;
- A deposição do Dr. Mohammad Mossadegh, Primeiro Ministro do Irã e o golpe de Estado que leva o Xá ao poder em 1953;
- Financiamento dos opositores ao regime de Salvador Allende, favorecendo o golpe militar de 11 de setembro de 1973 no Chile que resultou na Ditadura do General Augusto Pinochet, posteriormente processado por Crimes contra a Humanidade, bem como outros golpes de estado na América Latina;
- Envolvimento com o Golpe Militar no Brasil, em 1º de Abril de 1964;
- Financiamento dos contras da Nicarágua inclusive utilizando dinheiro vindo do tráfico de cocaína;
- Ações anti-soviéticas no Afeganistão, tendo armado os Talibãs (e treinado Osama Bin Laden);
- Assassinato de líderes políticos e militantes de esquerda como foi o caso de Che Guevara;
- Fabricação de provas falsas quanto a existência de Armas de destruição maciça no Iraque visando criar as justificativas para a Guerra no Iraque.
Mapa da interferência dos Estados Unidos
Estados Unidos
Ação em golpes de Estado e mudanças de regime
Interferência eleitoral
Anexações na sequência de ação de mudança de regime e invasão
Quando o presidente do Brasil Jânio Quadros renunciou em agosto de 1961, foi legalmente sucedido por João Goulart, o vice-presidente eleito democraticamente do país. Goulart era um defensor dos direitos democráticos, da legalização do Partido Comunista e das reformas econômicas e agrárias, mas o governo dos Estados Unidos insistiu que ele impusesse um programa de austeridade econômica. O governo dos Estados Unidos implementou um plano com o codinome Operação Brother Sam para a desestabilização do Brasil, cortando a ajuda ao governo brasileiro, fornecendo ajuda aos governadores do Brasil que se opuseram ao novo presidente e encorajando altos oficiais militares brasileiros a tomarem o poder e apoiar o chefe do Estado-Maior do Exército, general Humberto Castelo Branco, como líder golpista. O general Castelo Branco liderou a deposição do governo constitucional do presidente João Goulart em abril de 1964 e foi instalado como primeiro presidente do regime militar, declarando imediatamente o estado de sítio e prendendo mais de 50.000 adversários políticos no primeiro mês da tomada do poder, enquanto o governo dos Estados Unidos expressou aprovação e reinstituiu a ajuda e o investimento no país.
Em valores de hoje, dívida externa deixada pela ditadura militar atingiria US$ 1,2 trilhões
em Dinheiro Público & Cia - https://dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br
Iniciado há exatos 50 anos, o regime militar deixou como herança uma dívida externa que permaneceu impagável ao longo da primeira década da redemocratização.
Ao final de 1984, último ano completo sob a ditadura, o Brasil devia a governos e bancos estrangeiros o equivalente a 53,8% de seu Produto Interno Bruto, ou seja, de toda a renda gerada no país.
Eram US$ 102,1 bilhões para um PIB - que indica a capacidade nacional de pagamento - de US$ 189,7 bilhões. Em proporções de hoje, seria como se o Brasil devesse US$ 1,2 trilhão. (...) Mas a situação era ainda mais dramática porque, na época, dois terços do endividamento externo era de responsabilidade do governo federal, principalmente, dos Estados e dos municípios.(...) No governo militar, a dívida começou a crescer nos anos do crescimento econômico recorde que alimentava o poder político do regime. O desempenho do país, porém, começou a decrescer, como mostram os resultados dos ministros da Fazenda mais longevos desde o golpe de 1964.
Do “milagre econômico” de Delfim Netto à derrocada gerida por Ernane Galvêas, a escalada da riqueza deu lugar à disparada da inflação, e a multiplicação da dívida foi decisiva no processo. A dívida rondava os 25% do PIB até 1979, quando deu um salto impulsionado pela elevação brusca das taxas de juros internacionais. Na época, o preço do petróleo havia subido muito, e os países ricos tentavam conter a inflação.
O Brasil teve de estimular as exportações para gerar os dólares necessários para o pagamento da dívida. Para isso, deixou as cotações da moeda americana subirem, o que tornava as exportações mais baratas -mas, em compensação, encarecia os produtos importados.
O resultado foi estagflação, a rara e temida combinação de economia estagnada e inflação acelerada, e ajudou a apressar a retirada dos militares. Os pagamentos da dívida só foram regularizados em 1994, após acordo com os credores para reduzir o montante devido e os juros.
Crítica cinematográfica de Mike Judge: IDIOCRACIA
Crítica cinematográfica de Mike Judge: Idiocracia
Vamos direto ao ponto. Idiocracia (Idiocracy/EUA/2005) parte de um princípio muito simples e interessante: entra geração, sai geração, a humanidade se torna mais burra e estúpida. Mas, o que poderia ser mais uma boa comédia do diretor equatoriano Mike Judge (mais conhecido por ter sido a mente por trás da tosquice de Beavies and Butt-Head) acaba sendo apenas um filme com alguns poucos bons momentos de sarcasmo e riso. Joe Bauers (Luke Wilson) é um funcionário do Pentágono que é obrigado a participar como cobaia em um projeto de pesquisa que envolve hibernação. Definido com o perfil do americano médio, ou seja, aquele típico indivíduo que se esforça para encontrar a localização do próprio país no mapa mundi, sem família e sem amigos, Bauers é o candidato perfeito servir como bucha de canhão no “Projeto de Hibernação Humana”; um evento bastante explorado tanto em filmes de ficção-científica como em sátiras como o desenho Futurama. Ocorre que por motivos mais do que imbecis a cápsula onde Joe adormece é esquecida e o pobre só acorda no longínquo ano de 2505.
Mas, vejam só a sacada. Enquanto as pessoas mais esclarecidas acabam por deixar de lado a paternidade em função de suas carreiras, relacionamentos, etc., quem enche o mundo de crias são as antas que mal sabem como utilizar uma camisinha. Ou seja, com o passar do tempo, uma seleção natural invertida vai tomando forma, onde a estupidez vai se sobrepondo à inteligência simplesmente por que nascem muito mais idiotas do que indivíduos capazes. Assim, Bauers desperta em um 2505 no qual a humanidade está repleta de energúmenos, e por incrível que pareça, ele é a pessoa mais inteligente do mundo.
O potencial para a comédia e o deboche em relação, num primeiro momento, à sociedade americana é claro. E, de certa forma, o roteiro quase crítico de Judge mira com alguma precisão em elementos descartáveis e idiotizantes da cultura popular ocidental. O consumismo desenfreado, a televisão-lixo, a banalização do sexo e a preguiça mental são aspectos que o diretor/roteirista procura abordar com doses cavalares de humor escrachado e bem adequadas ao temperamento norte-americano, mas bem distante daquilo que pode levar ao riso e à reflexão platéias de outros países, como a brasileira por exemplo. Ou seja, apesar da língua afiada, Judge peca não por tentar acostar-se na comédia recheada de escárnio tão característica de sua personalidade e carreira, mas por fazê-lo de forma rasa e regional. Tão superficial é a crítica que o filme, a meu ver, não pode nem ser considerado um longa-metragem – tem 1h:20 de duração.
Prevendo o fracasso em solo brasileiro, a Fox lançou o filme diretamente para o mercado doméstico, e poucas são as locadoras que dispõem atualmente de uma cópia. Mas, apesar dos problemas, uma sessão de Idiocracia não chega a ser uma perda de tempo. Há algumas agunçadas e sutis passagens que criam um link entre a humanidade-mula e fatos bem atuais; além disso, é visível a falta de pudor e noção de Judge ao apontar o dedo para a futilidade das coletividades contemporâneas.
Além disso, todos os atores estão exageradamente e propositalmente canastrões. Fazem parte do elenco ainda Maya Rudolph (figurinha conhecida do semanal Saturday Night Live), e Terry Crews, que se revela um ator muito bem à vontade em comédias, apesar do perfil brucutu. Idiocracia funciona como uma opção para quem quiser conhecer um pouco mais de como pensa o criador de marcos do humor televisivo americano, como King of the Hill ou o próprio Beavis and Butt-Head.
Jornalismo independente
Apesar de não desmerecer a importância dos veículos de comunicação tradicionais, que ainda reúnem muitos bons profissionais, não se pode negar que o interesse público da informação é passado pra trás a favor da informação comercial. O pensamento crítico é inviável no Brasil e até no mundo, pois homens e mulheres realmente intelectuais, apesar de alertarem sobre isso já há muito tempo sobre a concentração da propriedade dos meios de comunicação, a publicidade como principal fonte de renda e a dependência das informações fornecidas pelos grandes grupos dominantes, os endinheirados donos do mundo, de seus representantes governamentais, instituições financeiras, empresas e porta-vozes das mídias, provocam uma falsa impressão da realidade. Às vezes, essas distorções não são nem intencionais, mas por princípio editorial, respondem diretamente a interesses próprios.
Os dominados ideologicamente defendem com unhas e dentes a ideologia de seus dominantes. Por isso as condições de vida só pioram pra maioria dos trabalhadores, já que a elite não precisa trabalhar, já tem a nós que fazemos isso para eles por um custo irrisório. Temos que nos conformar que o jornalismo intelectual, investigativo e isento corre marginalmente, já que não é interessante, pois nos faz sair da alienação e nos permite organizar nosso pensamento e nos conscientizar sobre nosso cotidiano. Só as artes não estão dando conta de mobilizar as pessoas a acordarem desse sono profundo. É fundamental que o profissional e cidadão seja capaz de filtrar essa manipulação do pensamento, por isso, ter hábito de se informar adequadamente para questionar e se posicionar adequadamente.
São inúmeros os pseudo-intelectuais que viraram queridinhos das mídias, que decoraram conceitos teóricos e nos falam o que os editores de jornais querem. São meros profissionais especialistas de mercado, economistas, cientistas políticos e professores, todos adestrados, que fizeram acordo salarial com as agências de notícias para confundir a opinião pública para preservarem seus privilégios.
Os raros intelectuais estão marginalizados pois atrapalham o negócio, subvertem esse status quo de caráter exploratório inconsequente. Se porventura você pensar de forma subversiva, prepare-se pra ser acusado de petista, comunista, seguidor da teoria da conspiração, pois até isso jé foi disseminado na cabeça dos imbecis hipócritas. Esse termo é um bordão para massacrar o pensamento, a reflexão pois joga tudo no mesmo bojo, na vala comum para o conformismo e servidão perpétua.
A prática jornalística “neutra” ou “isenta” é um mito. A “independência” jornalística possui graus maiores ou menores de liberdade em relação aos poderosos que controlam a grande mídia.
Algumas agências de notícias independentes
Maior ícone do jornalismo independente no Brasil, a Pública é uma agência de jornalismo investigativo fundada em 2011 por repórteres mulheres. As reportagens da agência costumam ser bem aprofundadas e têm como princípio fundamental a defesa dos direitos humanos e são republicadas em centenas de veículos de comunicação sob a licença Creative Commons. Atuam fomentando o jornalismo independente através de mentorias, bolsas pra realização de reportagens, eventos e apoio a projetos inovadores.
Lançado em 2015, o Nexo é um jornal digital que se destaca pelo esforço pra abordar assuntos de interesse geral de forma mais aprofundada e clara. Eles têm ótimos materiais interativos, infográfios e podcasts – rolam até quizzes pra saber se você tá por dentro das notícias da semana. Costumam ser concisos sem ser superficiais, e destaque para sua newsletter.
Fundado com apoio da Agência Pública, o Ponte é um jornal independente focado em Segurança Pública, Justiça e Direitos Humanos. A proposta do veículo é dar voz a pessoas que são excluídas do sistema. Os assuntos incluem violência policial, racismo e questões de gênero. A equipe já produziu materiais especiais sobre transsexuais, a Palestina e assédios na PM.
Além de uma revista online feminista, a AzMina é uma instituição sem fins lucrativos que usa a informação pra combater a violência contra a mulher. A equipe promove campanhas de conscientização nas redes sociais e produz jornalismo investigativo com enfoque no empoderamento feminino.
Os assuntos abordados no site incluem temas como saúde e sexo, política, maternidade, meio ambiente, violência contra a mulher, esporte, cultura e beleza. Elas já fizeram umas séries de reportagens investigativas bem interessantes, abordando temas como a exploração sexual nas rodovias de Minas Gerais, a criminalização da prostituição e casamentos infantis entre ciganos.
Sediada em Manaus, a agência de jornalismo independente Amazônia Real tem como foco produzir reportagens sobre questões da Amazônia. O site costuma ser atualizado uma vez por semana e os temas abordados incluem meio ambiente, povos indígenas, questão agrária, economia, política e cultura.
Acho o portal muito interessante porque raramente vejo essas questões presentes na grande mídia e infelizmente me sinto muito distanciada da realidade dos povos indígenas brasileiros.
O Marco Zero Conteúdo é um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público. Com sede no Recife, o site foca em três vertentes principais: semiárido nordestino, urbanismo e relações de poder. A equipe é formada por uma galera com longos anos de atuação em veículos tradicionais e dá bastante voz a movimentos sociais.
Durante as eleições de 2018, o site fez uma cobertura especial das candidaturas femininas em Pernambuco, através do projeto Adalgisas, e fez uma parceria com a iniciativa Truco, da Agência Pública, pra checar o que foi dito em sabatinas, entrevistas e redes sociais.
Criada em 2015, a Agência Lupa foi a primeira agência de notícias do Brasil especializada em fact-checking, ou seja, em acompanhar o noticiário diário pra corrigir informações imprecisas e divulgar dados corretos. A Lupa já produziu checagens em formato de texto, áudio e vídeo, e seu material é veiculado no próprio site da agência e também em veículos de comunicação (independentes ou não).
Apesar de garantir que tem total independência editorial, a Lupa está hoje incubada no site da revista piauí, no modelo de startup.
A Alma Preta é uma agência de jornalismo especializada na temática racial do Brasil. As principais seções do site são Realidade, que traz a discussão do racismo na política, economia, cultura e esporte; Da Ponte Pra Cá, que aborda a visão da periferia em aspectos como encarceramento em massa e genocídio da população negra; Mama África, com notícias do continente africano; e O Quilombo, onde são publicados artigos opinativos.
A missão do Opera Mundi, criado em 2008, é “traduzir os acontecimentos globais sem perder de vista a perspectiva brasileira e latino-americana sobre os fatos”. Eles publicam notícias diariamente e também produzem materiais multimídia e reportagens aprofundadas sobre temas em mais evidência. Eles são parceiros do Uol e veiculam publicidade, mas se consideram um veículo independente e progressista.
O Brasil de Fato foi lançado em 2003 e tem uma pegada bem esquerdista, tendo sido criado por movimentos populares. Além do site de notícias com cobertura nacional, eles têm uma radioagência e versões regionais (inclusive impressas) no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em São Paulo, no Paraná e em Pernambuco.
As principais seções são opinião, política, direitos humanos, cultura, geral e internacional. Além dos especiais, que já incluíram reportagens sobre o cangaço, os 130 anos da Lei Áurea e os conflitos agrários no Pará.
Pra ver muito mais exemplos de projetos de jornalismo independente no Brasil, confira o levantamento da Agência Pública.
Texto original em https://janelasabertas.com