TÓPICOS INTEGRADORES I

PLANO DE ENSINO

DISCIPLINA: TÓPICOS INTEGRADORES I

CURSO:DESIGN DE INTERIORES
CARGA HORÁRIA: 60 HS
DATA:01/08/2017
NÚMERO: GRA-PLE-0238-D
PERÍODO 1º e 2º
Teórica:0 HS
Prática:60 HS
Prof. Me. João Rafael de Ulhôa Cintra Lopes

EMENTA:
Elemento integrador dos conteúdos das disciplinas dos semestres letivos anteriormente vivenciados. Estruturado a partir de atividades que integram os conteúdos com vistas ao desenvolvimento da interdisciplinaridade e ao raciocínio crítico e reflexivo dos alunos, através da utilização de questões e problemas relativos aos conteúdos ministrados.

OBJETIVO:
Compreender e utilizar de forma clara os conteúdos das disciplinas ofertadas em semestres anteriores, visando o desenvolvimento da interdisciplinaridade, emprego correto dos conceitos e planejamentos, formando assim uma massa crítica aos problemas surgidos, de forma que possa resolvê-los profissionalmente

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS:
. Compreender e desenvolver massa crítica dentro dos parâmetros profissionais;
. Desenvolver e aplicar o conceito da interdisciplinaridade;
. Empregar o conhecimento teórico e transformar em práticas profissionais.

METODOLOGIA DO ENSINO:
A) Metodologia do ensino e aprendizagem:
A disciplina, dependendo de sua natureza, pode ser ministrada através de conteúdos teóricos, conteúdos práticos, aulas de campo em instituições específicas e ainda pode utilizar recursos de exposições dialogadas, grupos de discussão, seminários, debates competitivos, apresentação e discussão de filmes e casos práticos, onde os conteúdos podem ser trabalhados mais dinamicamente, estimulando o senso crítico e científico dos alunos.

B) Recursos audiovisuais:
. Lousa branca;
. Atelier;
. Dispositivo Multimídia.

C) Metodologia de Avaliação:
No decorrer de cada período letivo são desenvolvidas 02 (duas) avaliações por disciplina, para efeito do cálculo da média parcial. A média parcial é calculada pela média aritmética das duas avaliações efetuadas. O aluno que alcançar a média parcial maior ou igual a 7,0 (sete) é considerado aprovado. O aluno que não alcançar a média parcial faz em exame final onde precisa alcançar média final maior ou igual a 5,0. São aplicadas avaliações dos tipos: provas teóricas, provas práticas, seminários, trabalhos individuais ou em grupo e outras atividades em classe e extraclasse. O exame final é, obrigatoriamente, prova escrita.


ABD | Associação Brasileira de Designers de Interiores

Calendário ABD-SP

Links de materiais para impressão
A Diferença entre o Arquiteto, o Design de interiores e o Decorador
Fases de um projeto de Design de Interiores
Modelo de contrato – Interiores/Ambientes
Sancionada lei que reconhece a profissão de designer de interiores
VALORES TABELA ABD - HONORÁRIOS POR PROJETO
Cronograma geral de interiores
calendário acadêmico


http://simplichique.com.br/downloads/Cronograma%20geral%20de%20interiores.pdf


Modelo de contrato – Interiores/Ambientes

Publicado em 23 de julho de 2008 por Paulo Oliveira LD

Bom, como muitas pessoas tem questionado sobre modelos de contrato, resolvi disponibilizar aqui o modelo que uso como base para os meus. Este modelos foi gerado a partir de uma análise de vários outros junto com meu advogado.
No final tecerei alguns comentários.

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[cabeçalho com seu logo]

CONTRATO DE PROJETO DE DESIGN DE AMBIENTES

REFERENCIA:     Projeto de Design de Ambientes completo do imóvel localizado à XXXXXXXXXXXXXXXX – XXXXXXXXXX – GUARULHOS-SP

CONTRATANTE: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
  Inscrito no CPF sob número XXX.XXX.XXX-XX
 Com endereço à Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx – Guarulhos – SP;

CONTRATADO: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
 Inscrito no CPF sob número XXX.XXX.XXX-XX
 Com endereço à Avenida XXXXXXXXXXXXXXXXXXX – Guarulhos – SP

01. OBJETO DO CONTRATO:
O presente contrato tem por objetivo, a execução pelo CONTRATADO, dos serviços contidos na Cláusula 02, subseqüente, relacionados com a referência do presente contrato.

02. DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS:
Os serviços a serem executados pelo CONTRATADO, consistem no desenvolvimento completo do projeto de DESIGN DE INTERIORES/AMBIENTES composto de dados concepcionais apresentados em escala adequada  à  perfeita compreensão dos elementos nele contidos:
          02.01. Estudo Preliminar – Brieffing, estudos preparatórios, relatórios, desenhos esquemáticos, e demais documentos em que se demonstra a compreensão do problema e a definição dos critérios e diretrizes conceituais para o desenvolvimento do trabalho;
          02.02. Projeto Conceitual – desenhos de lançamento das propostas anunciadas no Estudo Preliminar, acompanhadas de cálculos e demais instrumentos de demonstração das propostas apresentadas no projeto; inclui-se instruções a serem encaminhadas aos responsáveis pelos projetos de instalação elétrica, ar condicionado e automação, como a indicação da composição dos comandos e modo de operação dos mesmos, que evidenciem as diferentes possibilidades de uso dos sistemas propostos; compreende também a compatibilização, atividade em que se justapõem as informações técnicas e as necessidades físicas relativas às determinações do projeto de Design de Ambientes e as decorrentes dos demais projetos integrantes do trabalho global (arquitetura, estrutura, instalações elétricas e telefônicas, hidráulicas, de ar condicionado, de sonorização e sprinklers, interiores e exteriores, paisagismo, etc), com a finalidade de garantir a coexistência física e técnica indispensável ao perfeito andamento da execução do projeto;
02.03. Projeto Executivo – concretização das idéias propostas no Projeto Conceitual devidamente compatibilizadas a partir da integração do projeto de Ambientes com todos os sistemas prediais envolvidos no trabalho. Inclui-se as informações técnicas pertinentes à correta integração dos ambientes e demais equipamentos aos detalhes da arquitetura, bem como os dados do equipamento especificado, para a concretização dos conceitos estabelecidos no projeto. Os desenhos referentes móveis, equipamentos, revestimentos, materiais e acabamentos deverão ser inseridos no Projeto Executivo ou complemento deste (Memorial Descritivo), para que haja perfeita compreensão das dimensões físicas e da forma de instalação dos mesmos no edifício. O detalhamento de móveis e acessórios especiais serão considerados serviços extraordinários;
Parágrafo único: os desenhos serão apresentados em escala.
02.04. Supervisão Técnica – atividade de acompanhamento da execução das obras do edifício ou empreendimento, para constatação da correta execução de suas determinações e apresentação de modificações ou adaptações tecnicamente convenientes, quando necessário e pertinente. Não ficam acordadas visitas técnicas à obra durante o andamento da construção do edifício. As visitas necessárias durante a fase de acabamento serão acordadas em instrumento à parte posteriormente.

03. PRAZOS:
03.01. Os serviços ora contratados serão executados nos prazos abaixo especificados:
             03.01.01. ESTUDO PRELIMINAR: 30 (trinta) dias após a assinatura deste contrato;
             03.01.03. PROJETO CONCEITUAL: 60 (sessenta) dias após a entrega do Estudo Preliminar;
             03.01.04 PROJETO EXECUTIVO: 120 (cento e vinte) dias após a entrega do Projeto Conceitual.
03.02. Os prazos acima constituem os mínimos necessários para o desenvolvimento técnico dos serviços, podendo, no entanto, serem dilatados a pedido do CONTRATANTE.
03.03.  Não serão contados os dias em que o projeto ficar retido pelo CONTRATANTE, para apreciação.
03.04.  Os prazos acima não se vinculam aos prazos necessários para aprovação junto aos órgãos competentes, podendo, entretanto, o CONTRATADO desenvolver, paralelamente e estes trâmites, as etapas posteriores.
03.05.  Os prazos acima serão contados a partir da entrega dos elementos necessários ao desenvolvimento do projeto pelo CONTRATANTE, ou seja, levantamento planialtimétrico, sondagens, plantas arquitetônicas, escrituras e civis, etc.

04. HONORÁRIOS:
04.01. Para uma área bruta aproximadamente de XXX metros quadrados de área a ser trabalhada, o valor do Projeto será de R$ X.XXX,XX.
Pelos serviços previstos no presente contrato o CONTRATANTE pagará ao CONTRATADO, os honorários calculados em R$ X.XXX,XX (XXXXXXXXXXXX) que serão pagos da seguinte forma:
          04.01.01. 20% – na assinatura do contrato;
          04.01.04. 30% – na entrega do Projeto Conceitual;
          04.01.05. 50% – na entrega do Projeto Executivo.
04.02. Não constam do preço do projeto;
          04.02.01. Impostos, taxas, emolumentos e registro na Prefeitura;
          04.02.02. Sondagens e levantamentos de patologias prediais;
          04.02.03. Cópias heliográficas, xerográficas e fotografias;
          04.02.04. Maquetes, perspectivas e plantas de comercialização;
          04.02.05. Alterações introduzidas pelo CONTRATANTE nas etapas subsequentes que já foram previamente analisadas e aprovadas;
          04.02.06. Projetos complementares de instalações hidráulicas, sanitários, elétricas, movelarias exclusivas, intervenções arquitetônicas, etc.
04.03. O pagamento de cada etapa deverá ser efetuado até 5 (cinco) dias úteis após a aprovação (de acordo) dos serviços correspondentes, contra  emissão dos respectivos recibos de honorários profissionais.
          04.03.01. O CONTRATANTE terá 5 (cinco) dias úteis para a aprovação ou solicitação de eventuais alterações a contar da data de cada etapa.
          04.03.02. Os pagamentos efetuados após seu vencimento sofrerão multa de 30% (trinta).
04.04. Todas as alterações introduzidas no projeto pelo CONTRATANTE, visitas à obra e sua fiscalização serão cobradas por hora técnica, de acordo com os valores a seguir convencionados.
   – Designer de Ambientes………………………………….. R$ XX,XX / hora
   – Desenhista ………………………………………………….. R$ XX,XX / hora

05. OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO:
Constituem obrigações do CONTRATADO;
05.01. Indicar e mediar a contratação de todo o pessoal necessário a execução dos serviços objeto deste contrato: pedreiros, instaladores, gesseiros, marceneiros, serralheiro e fornecedores.
05.02. Responder perante o CONTRATANTE, pela execução e entrega dos objetos da Cláusula 02.
05.03. Assumir, na qualidade de autoria, a responsabilidade técnica pelas especificações feitas, atendendo  prontamente  às  exigências, modificações e  esclarecimentos que forem necessários bem como intermediar as partes fornecedor/cliente quando houver algum problema.
05.04. Fornecer um CD com as plantas, detalhes relativos ao desenvolvimento do projeto e memorial descritivo ao CONTRATANTE.
05.05. Coordenar e dar orientação geral nos projetos complementares ao projeto de Design de Ambientes, tais como indicações de alterações nas instalações elétricas e telefônicas, arquitetura, instalações hidráulicas e outros, podendo, a pedido do CONTRATANTE, indicar profissionais legalmente habilitados para sua execução.
05.06. O CONTRATADO deve elaborar os projetos objetivados no presente contrato, em obediência às normas e especificações técnicas vigentes, responsabilizando-se pelos serviços prestados, na forma da legislação em vigor.

06. OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE:
06.01. Ressaciar as despesas havidas pelo CONTRATADO, tais como decorrentes de projetos técnicos complementares, memoriais e tabelas técnicas de incorporação,  cópias  heliográficas,  xerográficas  e  outras  não  especificadas,  desde  que autorizadas pelo CONTRATANTE.
06.02. Fornecer ao CONTRATADO, todos os documentos como cópias de escrituras, levantamentos planialtimétricos, sondagens, plantas arquitetônicas e civis e profissionais para a elaboração dos projetos complementares, etc.
06.03. Pagar as despesas relativas a fotografias, mapas, maquetes e plantas de comercialização necessários a representação dos projetos.
06.04. Pagar os honorários do CONTRATADO e projetos complementares, referentes a projetos modificativos, e alterações de projetos das fases já executadas, decorrentes das solicitações feitas pelo CONTRATANTE, independente das razões que o motivaram. Esses honorários serão cobrados conforme Cláusula 04.04 do presente contrato.

07. CONDIÇÕES GERAIS
07.01. Este contrato não criará qualquer vínculo empregatício entre o CONTRATANTE e o CONTRATADO.
07.02. A cada etapa entregue, deverá o CONTRATANTE analisar todos os desenhos entregues e autorizar (de acordo) o início da etapa seguinte.
07.03. É defeso de qualquer das partes ceder ou transferir total ou parcial, os direitos e obrigações decorrentes deste contrato.
07.04. O CONTRATANTE poderá interromper os trabalhos a qualquer momento desde que assegure ai CONTRATADO o término da etapa em andamento e sua consequente remuneração.
07.05. Se o objeto deste contrato se limitar ao Estudo Preliminar e ao Projeto Conceitual, e se estes forem utilizados para a execução da obra, tal utilização será suscetível da aplicação das disposições legais da obrigatoriedade do pagamento da indenização a três vezes o valor estipulado na Cláusula 04.01.
07.06. O CONTRATADO não se responsabiliza por alterações ocorridas durante a obra que estiverem em desacordo com os serviços por ele executados ou alterações solicitadas pelo CONTRATANTE que estiverem em desacordo com a legislação em vigor.
07.07. Se, a partir da data deste contrato, forem criados novos tributos taxas, encargos e contribuições fiscais e para fiscais ou modificadas as alíquotas atuais, de forma a majorar os ônus do CONTRATADO, os valores da remuneração constante do presente contrato, serão revisadas de modo a refletir tais modificações.
07.08. O contrato será rescindido caso ocorram as seguintes hipóteses:
          07.08.01. Infração de qualquer das Cláusulas e Condições;
          07.08.02. Insolvência de qualquer das partes;
07.09. A parte que der causa ao rompimento deste ajuste, incidirá na multa contratual 20% (vinte por cento) sobre o valor total dos serviços contratados.
07.10. As partes elegem o TRIBUNAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DE GUARULHOS, CÂMARA DE GUARULHOS, como órgão do INSTITUTO JURÍDICO EMPRESARIAL, com sede na Avenida Bandeirantes, nº116, Guarulhos, Estado de São Paulo, CEP:86.020-010, para solução de toda e qualquer dúvida ou controvérsia resultante do presente contrato ou a ele relacionado, de acordo com as normas de seus regulamentos, renunciando expressamente a qualquer outro foro por mais privilegiado ou especial que seja.
E por estarem justo e contratados, assinam a presente em 2 (duas) vias com 6 (seis) páginas cada de igual teor, na presença das testemunhas, abaixo:
Guarulhos, XX de XXXXXXXXXXXXXXX de 2017.

_________________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX – CONTRATADO
CPF XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
_________________________________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX – CONTRATANTE
CPF XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
TESTEMUNHAS
______________________________        __________________________
Nome: XXXXXXXXXXXXXXXXXX        Nome: XXXXXXXXXXXXXXXXX
CPF XXXXXXXXXXX          CPF XXXXXXXXXXXXXXXXXX
********************************************************
OBS: algumas partes devem ser alteradas de acordo com a realidade local e necessidades  do projeto.
OBS²: caso faça uso de RTs como forma de baixar o valor total do projeto, é ético informar isso ao cliente e fazer constar deste contrato o seguinte parágrafo único logo após os valores:
Parágrafo único: O valor baixo cobrado pelo projeto é referente ao acordo entre as partes onde o CONTRATANTE compromete-se à efetuar as compras sempre na presença do CONTRATADO para que este último possa receber dos fornecedores as RT’s como complementação do valor global do projeto.
OBS³: a parte em negrito no final deve ser alterada de acordo com a realidade contextual da região.

21/09/2017
Prof. João Rafael Lopes

Tópicos Integradores

Sancionada lei que reconhece a profissão de
designer de interiores


O Design de Interiores está regulamentado. A Lei 13.363 garante o exercício da profissão de Designers de Interiores. A Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) anuncia que, dia 12/12/2016, o Presidente Michel Temer sancionou a Lei Federal 13.369, pela qual “É reconhecida, em todo o território nacional, a profissão de designer de interiores e ambientes”. Esta é uma grande vitória! Afinal, tudo indicava que, como há anos vinha ocorrendo, esta lei seria integralmente vetada. Agora, nós temos uma lei que efetivamente nos reconhece como profissionais, estabelece as nossas competências e fixa princípios que deveremos observar no exercício profissional. Este fato certamente impedirá o bullying profissional que vínhamos sofrendo. Agora é lei: somos capacitados para organizar o uso do espaço interno e a nossa qualificação vai além do aspecto estético da atividade, agregando também amplo conhecimento em desenho técnico, teorias, normas técnicas, ergonomia, iluminação, acústica, conforto térmico, segurança, acessibilidade, dentre outros. A lei nos confere competência para elaborar projeto e executar obras nos espaços “internos e externos contíguos aos interiores”, abrangendo todo o escopo de trabalho do profissional: pisos, revestimentos, forros, luminotécnica, mobiliário fixo e etc. É bem verdade que ocorreram alguns poucos vetos ao texto original, mas eles são razoáveis e não afetam o nosso principal objetivo, que é o de garantir o exercício profissional. Exclui-se, por exemplo, os dispositivos que exigiam formação de nível superior e criavam um tratamento especial para os técnicos. Desta forma, todos podemos ser Designers de Interiores – o que implica numa responsabilidade de cada um respeitar as suas habilidades e competências. A questão do direito autoral pode ser superada observando-se a própria legislação civil vigente. Agora, é tempo de nós nos valorizarmos enquanto profissionais, atuando dentro do que nos compete e com a melhor performance possível, além de interagir com os demais profissionais da área em pé de igualdade. E, mais do que nunca, é tempo de nos UNIR no fortalecimento da ABD enquanto entidade que nos representa nacionalmente e que ainda tem muito o que fazer em nosso favor. Presidência da ABD Confira a lei na integra clicando aqui.

Fases de um projeto de Design de Interiores

Como é o trabalho de um designer de interiores/ambientes ou lighting designer? Antes de mais nada, é preciso um constante trabalho de prospect que é a fase de divulgação de seu nome profissional/escritório e captação de clientes. Esta pode ser feita de diversas maneiras que vão desde a distribuição de panfletos até a utilização de outdoors, mídias, ter uma vida social ativa, etc. Encontrado o cliente, entramos na fases de desenvolvimento do projeto propriamente dito.
Uso como base o modelo da Jenny Gibbs, expandindo-o e retraindo-o quando necessário são no total cinco fases que qualquer projeto envolve. Descrevo-as a seguir.

PRIMEIRA FASE:

1. Reunião preliminar
É aquela reunião inicial onde você se apresenta ao cliente e vice-versa. Aqui rola a apresentação de seu portfolio e onde você tem o primeiro contato com o cliente. Esta reunião pode ser em seu escritório, em algum café, não importa. Aqui não serão tratados a fundo questões do projeto em si. É a oportunidade onde você irá saber o que o cliente deseja, as dimensões aproximadas do projeto, etc.
Aqui você deverá explicar como é realizado o trabalho de um designer de interiores/ambientes, suas limitações profissionais e possíveis necessidades durante o projeto (ex. contratação de um engenheiro para derrubar uma parede), a importância do cliente confiar nas indicações de mão de obra especificadas por você, etc.

2. Briefing do cliente
Nesta etapa você terá que trabalhar em duas frentes:
– Entrevista com o cliente: aqui sim entrará a parte mais puxada do contato com o cliente onde você terá que “extrair” dele toda a problemática envolvida no projeto. Não basta saber apenas “o que” ele deseja no projeto mas, especialmente, o “por que” deste desejo. Lembro que por trás de todo desejo existe, na verdade, um problema a ser resolvido. O “feio” É um problema estético.
Vale ressaltar que havendo mais de um usuário no espaço a ser projetado, TODOS devem ser entrevistados. Não tenha receio em explicar àquela senhora mãe-esposa-matrona-mandona que quer decidir absolutamente tudo sozinha, incluindo os quartos dos filhos que já estão na faixa dos 18 anos, além dos espaços privativos do marido. Lembre sempre a ela (quando acontecer isso) que os espaços são de todos e não somente dela. Assim como existem coisas que ela não gosta e deseja alterar, com eles também acontece a mesma coisa. (Tou escrevendo um post específico sobre brieffing, postarei em breve).
É importantíssimo que até aqui você já saiba o quanto o cliente deseja investir no projeto. Por exemplo: se ele dispõe de R$ 20.000,00 você tem que estar ciente que dentro deste montante está incluso o pagamento do designer pelo projeto. Ou não? Será que este dinheiro está livre apenas para a obra e ele dispõe de mais recursos?
É, portanto, imprescindível que o profissional tenha conhecimento deste fator ainda nesta fase de levantamentos iniciais.
Após o brieffing com o cliente deverá acontecer um levantamento prévio do espaço a ser projetado. Apenas uma visita para tirar as dimensões básicas e uma análise geral da edificação está bom afinal, você necessita destes dados para elaborar seu orçamento (proposta de trabalho).

3. Proposta de trabalho/aprovação do cliente
Esta é a etapa onde você irá apresentar ao seu cliente a sua proposta de trabalho (orçamento) onde deverá constar basicamente:
– valor
– formas de pagamento/parcelamento
– prazos para elaboração dos projetos
– o que será feito (descrever os ambientes com as alterações solicitadas para cada um)
– prazo de validade da proposta (geralmente 20 dias)
– que após o OK do cliente sobre a proposta, será encaminhado o contrato formal de prestação de serviços para assinatura.
Quando o cliente der o OK no orçamento encaminhe a ele então o contrato devidamente preenchido, com todas as especificidades do projeto a ser elaborado, os valores, formas de pagamento e prazos, a cláusula de responsabilidade técnica, a existência ou não das RTs, da preferência por mão de obra indicada por você, etc.
Somente após a assinatura do contrato é que se deve iniciar a segunda fase do trabalho.

SEGUNDA FASE:

1. Diagnóstico, análise e levantamento do local
Esta é a fase onde você terá de ir até o local da obra e fazer todo o detalhamento dos espaços. Aqui entram as medidas exatas de todos os ambientes, estruturas existentes, levantamento de instalações (elétrica, hidráulica, gás, ar, telefonia, TV), esquadrias, situação geral da edificação (se necessita de reparos/reforço/restauro), áreas permeáveis externas, enfim, tudo que se faz necessário para projetar espaços mais eficientes, práticos e funcionais.

2. Conceito inicial
É a fase de desenvolvimento do projeto conceitual.
Primeiramente o profissional deverá transformar o brieffing numa análise do projeto. Isso deve ser feito em papel onde conseguimos cruzar dados levantados tanto no brieffing quanto no levantamento predial. Somente de posse dessa analise podemos seguir adiante.
Neste ponto o profissional deverá fazer uma pré-seleção dos materiais, mobiliários, equipamentos e acessórios a serem utilizados nos ambientes para apresentação ao cliente. Tudo vai depender do partido/conceito adotado para o projeto. É a fase onde o designer irá esboçar suas ideias, usar de sua criatividade para solucionar os problemas detectados no brieffing.
Claro que medidas devem ser respeitadas, mas nesta fase não é necessário que estas sejam seguidas à risca (ex: 3 cm não farão tanta diferença) para a apresentação ao cliente. Aqui, nada é definitivo e pode ser alterado. Lembrem-se que estamos ainda na fase de criação e o cliente não aprovou nada!

3. Pré-orçamentos
Todos os materiais especificados devem vir acompanhados de seus respectivos orçamentos (quantitativo /valor unitário / valor total).
Temos também que fazer um levantamento preliminar dos orçamentos – incluindo a mão de obra (pedreiro, eletricista, pintor, encanador, jardineiro, etc) – para apresentação ao cliente.
Não devemos nos esquecer de orçar também as caçambas para entulhos.
Lembre-se de sempre apresentar 3 orçamentos de fornecedores distintos. Isso garante a transparência e profissionalismo.

4. Preparação da apresentação
Esta é a fase onde iremos pensar em como apresentar o conceito ao cliente. Aqui temos que prestar atenção em muitos detalhes como, por exemplo:
– ter embasamento teórico/técnico/estético dos porquês das soluções apresentadas;
– possuir “cartas na manga” para o caso de necessidades emergenciais;
– ter conhecimento sobre todos os materiais e insumos especificados;
– apresentar catálogos de materiais/equipamentos;
– finalização e revisão dos painéis conceituais;
– finalização e revisão das perspectivas, layouts e maquetes 3D conceituais;
– separar os pré-orçamentos por área/material/mão de obra;
Lembro que devemos apresentar uma solução ao cliente. Quando apresentamos mais que uma ele pode confundir-se. No entanto, isso não impede que você leve separado outras soluções. Quando começarem a surgir as indagações, os “não gostei disso”, apontamentos de alterações, você terá estas outras “cartas na manga” (possibilidades) para apresentar e chegar a um consenso entre as partes.

5. Apresentação / aprovação
Aqui é a hora de mostrar tudo o que você pensou para a solução dos espaços ao cliente. Você não pode ter absolutamente nada na apresentação que não domine, que não consiga explicar os porquês da necessidade deste elemento no projeto.
Por exemplo: se você propôs a derrubada de uma parede deve saber se esta vai afetar a estrutura ou não, se precisará do acompanhamento de um engenheiro civil ou não. E também deverá saber explicar o porquê da necessidade da presença dele na obra.
Se você especificou um piso fosco e o cliente desejava um espelhado para uma área úmida você tem que saber explicar o porquê dessa escolha.
Você também deve saber quanto tempo será necessário para implantação do projeto (obra).
Enfim, você deve mostrar completo domínio sobre o projeto, materiais, execução.
Não se esqueça que a cada item aprovado pelo cliente ele deve dar um visto no mesmo, o “de acordo” ou simplesmente “OK”.

TERCEIRA FASE:

1. Projeto executivo
Após a aprovação do projeto conceitual devemos partir para a elaboração do projeto executivo. Esta é a parte mais técnica do trabalho do designer. É aqui que faremos todos os projetos cuidando milimetricamente de cada detalhe. Nesta fase devemos realizar, quando necessário, os seguintes projetos:
– instalações elétricas
– instalações hidráulicas
– instalações de ar condicionado
– instalações de TV/telefone/interfone
– paisagismo/jardinismo
– projeto de iluminação
– projeto de gesso
– marcenaria
– paginação de pisos e revestimentos
– acústica/térmico
– plantas de layout
– cortes e elevações
– detalhamentos diversos
– plantas de alterações prediais (troca de esquadrias, derrubada/construção de paredes)
– lista de acessórios
– memorial descritivo
– existem outros ainda mas já deu para entender que o trabalho não é fácil e simples.
Aqui, TODOS os elementos relativos ao projeto devem ser apresentados de maneira clara para a correta e fácil leitura e compreensão por parte dos executores, e também do cliente.

2. Especificações
Aqui entra o trabalho em cima do memorial descritivo e da seleção de construtores/fornecedores.
Num primeiro momento devemos elaborar o memorial de forma clara, preferencialmente separado por área/espaço a ser trabalhado,  constando todos os materiais / elementos / acessórios que serão utilizados no projeto.
Após isso, devemos fazer um pré-orçamento (pode ser via internet mesmo) buscando ofertas de tudo isso. Esta pesquisa servirá como base de negociação com os fornecedores e construtores para que apresentem suas propostas.

3. Orçamento definitivo
Aqui, após as negociações com os fornecedores e empreiteiros, temos como fechar o orçamento final do projeto para apresentar ao cliente. De posse deste, é o momento de fazer a programação/planejamento financeiro, junto com o cliente.
Não se esqueça de que o valor do seu pagamento pelo projeto pode estar inserido no orçamento disponível do cliente.

4. Solicitação de documentações públicas
Somente quando necessário. Por exemplo: você planejou derrubar uma parede e necessitou da presença de um engenheiro civil. Este deve recolher junto ao seu Conselho (CREA) a ART.
Em algumas cidades, as prefeituras exigem os alvarás de obras até mesmo para simples pinturas de paredes (absurdo!).  Então fique atento à cidade onde está sendo realizada a obra e tenha em mãos todos os documentos necessários.

5. Seleção de construtores e fornecedores
Após o recebimento das propostas orçamentarias dos construtores e fornecedores, você deverá selecionar os vencedores. É importante que o cliente participe desta etapa.
Lembre-se: nem sempre o menor preço significa qualidade na execução de obras.
Por isso é importante que junto com o orçamento os construtores encaminhem uma lista de obras já realizadas e, se possível, que você visite algumas delas para atestar a qualidade dos serviços.
Fique atento pois tudo isso está intrinsecamente amarrado ao orçamento disponível.
Não se esqueça de também elaborar os acordos de prestação de serviços para serem assinados pelos construtores. Este é um documento entre o profissional e os prestadores de serviço. Este documento deve conter itens como, por exemplo, no caso de pintura:
– o responsável deverá preparar todas as superfícies para o seu melhor acabamento;
– toda nova marcenaria e carpintaria serão  preparadas, emassadas, lixadas e seladas;
– o selador e demais demãos de pintura serão aplicados de acordo com as instruções do fabricante;
– toda marcenaria preexistente será limpa, emassada, lixada e receberão uma demão de pintura;
– Todos os revestimentos de parede preexistentes serão retirados – as paredes serão limpas, emassadas, lixadas e pintadas;
– o responsável pelo serviço utilizará adesivos e toda forma de proteção das áreas adjacentes à superfície que for trabalhada;
– não realizará qualquer alteração do produto (consistência, cor, etc) sem a aprovação do designer responsável pela obra;
Este documento deve ser assinado por todos os envolvidos na obra. No caso de pedreiros é fundamental que conste um item exigindo a correta observação das paginações de piso/revestimentos.
Também faz-se necessário neste documento um item para TODOS os construtores/fornecedores:
– o responsável pela execução do projeto fica proibido de conversar diretamente com o proprietário da obra sobre propostas de alterações no projeto/obra. Qualquer necessidade nesse sentido deve ser tratada apenas com o designer responsável pela obra.
Isso evita os corriqueiros problemas de alterações que ocorrem sem a autorização/conhecimento do profissional.
É muito importante que o profissional disponibilize aos seus clientes modelos de contratos de prestação de serviços para serem firmados entre o cliente e os contratados. Este documento garantirá a execução dos serviços contratados e servirá como prova à seu favor em caso de problemas judiciais.

QUARTA FASE:

1. Programação da obra
É diferente do cronograma, que entra a seguir.
Aqui fazemos uma programação da obra constando tudo sobre o que será feito, de acordo com a cronologia necessária:
– demolições
– estruturas 1 (gesso, pisos, etc)
– estrutura 2 (elétrica, hidráulica, ar, etc)
– revestimentos de paredes
– iluminação
– acabamentos
– mobiliários

2. Cronograma de obra
É programação e definição das obras que devem ser feitas e suas datas de inicio/finalização. Quando e o que entra/começa/termina, em que data entra/começa/termina.
Este documento é necessário para que os construtores (especialmente) conheçam os prazos disponíveis para a execução de seus serviços, principalmente as datas máximas, para que não atrapalhem o andamento das obras e a entrada de outros profissionais.
Por exemplo: se um pedreiro tem uma semana para assentar os pisos e estoura este prazo, ele estará comprometendo os trabalhos de outros profissionais que já tem suas agendas apertadas e comprometidas. A marcenaria não poderá ficar esperando que os pintores terminem seu trabalho atrasado por causa do assentamento de piso que atrasou. É uma bola de neve.

3. Compras
Como o próprio nome diz é a fase de aquisição dos produtos e insumos necessários à obra e ao projeto.
Estas devem ser acompanhadas pelo profissional designer para, principalmente, evitar a interferência externa no projeto. É bastante comum vendedores forçarem os clientes a trocar produtos e quando o designer vai na obra recebe-los tem geralmente surpresas desagradáveis.
Portanto é fundamental deixar acertado (em contrato) junto ao cliente que as compras deverão seguir exatamente as especificações realizadas no projeto.
Outro fator importante da presença do profissional no momento das compras é com relação às RTs. Ainda na fase de conversas e apresentação da proposta o designer deve deixar claro ao cliente esta pratica de mercado e negociar com ele a presença ou não desta no orçamento/contrato.
Caso haja, é a garantia do designer recebe-las dos fornecedores e assim, ser ressarcido pelo desconto dado no valor do projeto.
Caso não haja, é a maneira do designer conseguir negociar melhores descontos para o cliente junto aos fornecedores.

4. Acompanhamento das obras / instalações / fase “suja” da obra
Tem gente que diz que isso não é necessário. Eu acredito o contrário: é SEMPRE necessário, desde pequenas reformas aos grandes projetos.
É durante o acompanhamento que o designer vai verificar a correta execução do projeto, sanar dúvidas dos construtores, solucionar problemas inesperados, etc.
É a fase de instalações de granitos, mármores, carpintaria, obras em alvenaria, gesso, pinturas, etc. Todos os elementos que fazem parte da estrutura do projeto.
Portanto é sim importantíssima a presença do profissional durante as obras.
Estas podem ter seu valor diluído no valor total do projeto ou podem ser cobradas à parte (por visita).
Mas nunca deixe de acompanhar as suas obras.

5. Instalações de equipamentos e mobiliários
Aqui entram as instalações pós obra pesada. São elas basicamente:
– mobiliário e marcenaria
– iluminação
– acabamentos (metais, louças, vidros, etc)
– splits
– trilhos
Ou seja, tudo que não faz parte da estrutura do ambiente.

6. Finalização / decoração
Nesta fase entram todos os acessórios para dar acabamento aos espaços projetados. Almofadas, mantas, peças de arte/decoração, tapeçaria, penajamentos, etc.
Nesta etapa também é realizada a afinação da iluminação.
É onde o designer irá fazer a finalização do projeto.

7. Entrega
Tudo tem que estar finalizado e pronto pois este é o tão esperado dia para o cliente: quando poderá entrar em seu novo espaço e usufruir do investimento feito.
É também um momento especial para o designer pois poderá ver nos olhos de seus clientes a satisfação.

QUINTA FASE:

1. Avaliação pós-entrega
Se pensam que o trabalho terminou no item anterior estão redondamente enganados.
Após a entrega é sempre oportuno que o designer entre em contato com os clientes para fazer uma avaliação pós-entrega. Esta é a oportunidade de verificar se o projeto realmente atendeu as necessidades e aos desejos/sonhos do cliente, se houve alguma alteração feita pelos usuários após a entrega (e descobrir os porquês disso).
É também a oportunidade de descobrir o que os visitantes acharam do projeto, elogios, criticas, etc.
Esta avaliação deve ser feita:
– um mês após a entrega
– seis meses após a primeira avaliação
– um ano após a entrega.


A diferença entre o arquiteto, o design
de interiores e o decorador
12 de março de 2013

É comum confundir decorador, designer de interiores com o arquiteto. A confusão leva a alguns problemas graves relacionados à atribuição legal e responsabilidade civil. É comum ver decoradores ou designers de interiores proporem alterações em paredes, aberturas, ampliações ou demolições. Isto é ilegal. Decoradores e designers não dispõe do diploma legal que os habilitem interferir na obra física. Se houver um acidente, o cliente não terá a quem responsabilizar. Surge a pergunta: Qual a diferença entre o arquiteto, o design de interiores e o decorador? É comum contratar serviços de decoração para mudar as características físicas da obra ou projeto. No entanto, há uma delimitação importante entre os profissionais, notadamente quanto à atribuição legal e responsabilidade técnica.

O decorador é aquele profissional formado (ou não) em um curso de curta duração ou é um autodidata. Suas atribuições são muito restritas, pois seu conhecimento sobre vários componentes de uma obra é nulo. Sua função restringe-se à escolha de acessórios, móveis ou cores sem que altere fisicamente a obra. Não pode interferir no ambiente nem mesmo no detalhamento de mobiliários cuja atribuição é do designer de interiores.

O designer de interiores, além do trabalho do decorador que vem ao final do projeto tem a função de elaborar o espaço coerentemente, seguindo normas técnicas de ergonomia, acústica, térmico e luminotécnica além de ser um profissional capaz de captar as reais necessidades dos clientes e concretiza-las através de projetos específicos. A reconstrução do espaço através da releitura do layout, da ampliação ou redução de espaços, dos efeitos cênicos e aplicações de tendências e novidades técnicas, do desenvolvimento de peças exclusivas. Porém seu trabalho restringe-se a ambientes internos, é o profissional habilitado para atuar em projetos de interiores, auxiliando o arquiteto a resolver os espaços da edificação de forma a atender melhor as necessidades do cliente, para complementar o fechamento da obra.

O arquiteto e sua formação se dão através dos cursos de arquitetura e urbanismo que tem duração de cinco anos, onde são abordados temas com, história da arte, história da arquitetura e do urbanismo, representação gráfica, informática, resistência dos materiais, construção, planejamento urbano, projeto de edificações, conforto ambiental, paisagismo, arquitetura de interiores, entre outros. A formação em um curso de arquitetura permite que atue em várias áreas como: estudo e planejamento de projetos, execução de desenho técnico, elaboração de orçamento, padronização, mensuração e controle de qualidade, execução de obra e serviços técnicos. Seu trabalho se inicia a partir do momento em que se escolhe o terreno para a construção, ou seja, a implantação de seu projeto; com parecer sobre localização, legislações idílicas e urbanas, aspectos ambientais e topográficos.

Segundo Gislaine Vargas Saibro, arquiteta urbanista e conselheira suplente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, o design de interiores ainda não é reconhecido como uma profissão regulamentada e o principal entrave encontrado pelos profissionais é em relação à proibição de mexer com a estrutura física do ambiente, como derrubar ou construir paredes. Anna Galeotti lembra que toda alteração estrutural do ambiente precisa passar por um profissional de arquitetura ou engenharia civil. Os arquitetos tem uma profissão regulamentada por um conselho de classe, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Sendo assim, seus trabalhos são acompanhados por um documento chamado Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) onde constam os dados do projeto e/ou obra e as devidas atribuições do contratado. Sua formação então abrange conhecimentos em projetos em geral como os projetos de paisagismo e urbanismo, à avaliação do terreno para a implantação do projeto, passando por detalhamento de interiores, até o gerenciamento da obra. O arquiteto trata da concepção da obra, residencial ou comercial, total ou parcial, das reformas e restaurações, internas e externas, incluindo aberturas, fechamentos, colunas, vigas, escadas e tudo que tenha haver com a relação entre os espaços, sua destinação e usos. Após a intervenção do arquiteto, vem o design de interiores e, por fim, a decoração.

Ao contratar serviços para projetos de obras novas, reformas e restauros, contrate um profissional habilitado, exija um Registro de Responsabilidade Técnica – RRT. Esta atitude lhe dará segurança técnica e legal. Quando contratar um design de interiores ou um decorador, tenha um arquiteto para supervisionar os trabalhos a fim de garantir a beleza e a segurança da sua obra. Cartões de vista, portfólios ou anúncios confundem serviços de decoração e design de interiores como sinônimos de arquitetura. O uso do termo arquitetura na decoração se faz tão somente por causa do status e glamour, mas é totalmente ilegal, sujeito a penalidades para quem exerce ou contrata o profissional não legalmente habilitado.

A formação em diversas áreas de um arquiteto permite um bom embasamento artístico e uma visão abrangente dos espaços.  Arquitetos devem estar preparados para executar um projeto em escala urbana, projetos de grande porte ou no interior de uma residência. Os decoradores são profissionais com conhecimento voltado para elementos decorativos como o de cortinas, tapetes, mobiliários, luminárias e outros elementos e estilos de decoração que complementam o interior de um apartamento. Este pode ser o profissional indicado para planejar espaços internos, para casos de pequenas mudanças ou definição de acabamentos e mobiliários, porém na teoria não podem fazer qualquer tipo de reforma que seja necessária haja alteração da composição inicial de paredes, fiações, estruturas, etc. Mesmo que a o profissional tenha experiência essa função não é atribuída aos decoradores, pois os mesmos não tem formação profissional qualificada para tal função. Na verdade, decoração e arquitetura têm abordagens comerciais diferentes.

Quanto aos arquitetos podemos dividir três  tendências profissionais:

Primeiro os que se dedicam à decoração de interiores, estes muitas vezes são assuntos dos emergentes  da classe alta (o que não é nenhum crime) e, até por isso mesmo, aparecem mais. O sucesso indiscutível dos eventos do tipo Casa Cor, que unem casa e mercado e cuja visitação atrai milhares de leigos e supera as mostras de arquitetura, é um exemplo vivo dessa atração pela arquitetura de interiores.

Segundo citamos os arquitetos de edificações, projetistas ou executores que se ressentem das conseqüências financeiras causadas pelo menor reconhecimento despertado por seu trabalho. Este seguimento se ressente quando os anúncios imobiliários mencionam em grandes caracteres o nome dos responsáveis pelos halls de entrada dos prédios e simplesmente omitem o escritório que projetou todo o edifício, tarefa mais complexa, longa e cara do que o lobby, por mais talentoso que seja aquele que o ambientou. Muito embora não se possa generalizar a questão, os arquitetos de edificações recebem por seu trabalho porcentagens menores sobre o custo da obra do que os decoradores – mesmo se considerados os maiores porte e custo das construções. Além disso, nos projetos de interiores entram outros componentes (comissionamento de vendas), remunerados até mais do que o próprio projeto, o gerenciamento ou a execução da obra. Cabe aos arquitetos de edificações, além de lutar por um estado mais justo da profissão, encontrar os meios de reconhecimento que os arquitetos de interiores ou decoradores conseguiram.

A terceira tendência são os arquitetos que receberam formação em urbanismo e podem planejar regiões e bairros, estes são encontrados na maioria nos órgãos públicos e nas universidades, vivem as dificuldades geradas pela má remuneração, muitos empregadores públicos e até privados não respeitam a Legislação e não cumprem o piso salarial definido por Lei Federal que é de 6,5 salários mínimos por jornada de 6 horas e de 8,5 salários por jornada de 8 horas diárias. E pasmem, o edital de seleção para arquitetos da PUC – Goiás o valor do salário é de R$ 2.800 por jornada de 8 horas. Logo a PUC pioneira do ensino de Arquitetura em Goiás.

Para piorar a situação, existe o imenso problema da desunião da classe à qual pertencemos. Apesar de batalharmos nas associações profissionais, a disputa insana pelo mercado, poluído por um número absurdo de profissionais, faz com que nós mesmos entreguemos aos nossos contratantes as armas para que rebaixem nossos honorários.


(Garibaldi Rizzo,
arquiteto; urbanista;
gerente – Políticas Habitacionais – Secretaria de Estado das Cidades;
presidente – Sindicato de Arquitetos/Goiás)

VALORES TABELA ABD - HONORÁRIOS POR PROJETO (COMPLETO)
VALOR MÉDIO (R$) COBRADO POR M

ESTADOS
DE 10 a 59m
De 60 a 99m
De 100 a 300m
De 301 a 500m
De 501 a 700m
De 701 a 999m
Acima de 1000m
SP
76
71
65
61
59
55
52
RJ
86
80
75
72
70
70
66
ES, MG
68
59
49
42
37
35
32
AL, AM, BA, CE, PB, PE, PI, RN, RO, SE, PA, TO, AP, AC, MA, RR
70
68
59
51
45
41
37
DF, GO, MT, MS
62
60
56
52
51
49
49
PR, RS, SC
76
74
69
62
60
59
56

PROJETO
ESTUDO PRELIMINAR
ANTEPROJETO
PRÉ-EXECUTIVO
EXECUTIVO
FASE
Fase de concepção do Projeto
Fase de concretização das ideias
Fase de justaposição
Fase de detalhamento
O QUE ENGLOBA
Representação gráfica do conjunto das necessidades do cliente e do espaço
Croquis e esboços da concepção
Proposta de prestação de serviço
Definição do partido e ajustes
Coordenação de projetos complementares e definições técnicas (projetos de hidráulica, elétrica, iluminação, acústica etc., com profissionais especializados).
Definições dos detalhes construtivos;
Acabamentos, revestimentos, mobiliário, objetos etc.
DOCUMENTAÇÃO
Estimativa de custos (orçamento estimado);
Estimativa de prazos do projeto (cronograma estimado do projeto).
Documentação gráfica em escala e tecnologias construtivas;
Aprovação/aceite do cliente.
Documentação gráfica com definições finais.
Conclusão do projeto com documentação gráfica para o início da obra;
Orçamentos finais e Memoriais Descritivos.
100%
OBS: O valor de 100% sobre o Projeto Completo poderá ser dividido em percentuais nas diferentes Fases, de acordo com as necessidades profissionais.

ALTERNATIVAS DE REMUNERAÇÃO
Consulta: Quando o cliente solicita uma orientação profissional.
De R$ 125,00 a R$ 250,00 – correspondente a uma consulta de até 3 horas.
Hora técnica: Para serviços específicos e não contemplados no Projeto.
De R$ 94,00 a R$ 125,00/hora.
Acompanhamento de obra:Honorários calculados a partir de um porcentual sobre o custo total da obra.
De 10% a 15% do custo estimado, com negociação em função da complexidade da obra.



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